Por que todo atleticano mineiro tem vergonha do nome do clube?

Teria o Atlético Mineiro vergonha do próprio nome? Mas por quê? Teorias sobre a mudança de nome de uns e a suposta vergonha do nome de outros.

Em Minas Gerais, acontece um fato curioso: chame o Atlético Mineiro de Atlético Mineiro perto de um atleticano mineiro, e ele nitidamente se irrita. Mas caramba! Teriam os atleticanos mineiros vergonha do nome do clube? Por quê? Por que os atleticanos mineiros não gostam que outras torcidas chamem o Atlético Mineiro de Atlético Mineiro?

Em algumas cidades de Minas Gerais, a torcidinha do Atlético Mineiro, como demonstram pesquisas sérias e fundamentadas, é a terceira maior, e em outras a quarta, e assim por diante. Isso machuca quem se ilude para escapar desta comprovada realidade. O Cruzeiro é o time do povo, inclusive, sua história começa com o povo. Já o Atlético de Minas, é um time de origens aristocratas. Tem uma história com mais anos de solidão que o livro do Gabriel Garcia Marques e uma torcida geograficamente limitada. Viria daí a suposta vergonha do nome?

Atualmente, é fácil notar a popularidade do Cruzeiro em todo o Estado de Minas Gerais. A história da torcida do Cruzeiro é maravilhosa, trata-se de um povo guerreiro que sobreviveu a grandes desafios em sua história, inclusive Guerra Mundial, e hoje se tornou esta nação de milhões de apaixonados.

O Cruzeiro, time do povo, desde suas origens despertou ódio e rancor naqueles que dele tinham inveja. A torcida do Cruzeiro se tornou a maior e mais popular do Estado de Minas Gerais. E ser o time do povo não se limita a argumentos passionais apenas, é questão de lógica. Basta analisar o seguinte: Se em Minas Gerais a torcida do Cruzeiro é maior, e se o número de pessoas pobres e classe média baixa é maior no Estado do que de pessoas abastadas, basta raciocinar logicamente. Se o Cruzeiro é maioria, é maioria entre a maior classe social do Estado. Lógica, não é falácia.

Mas entendam: o Cruzeiro não é um time só de populares. O Cruzeiro é o time do povo. De todo o povo. Temos torcedores em todas as classes sociais unidos em prol de um sentimento único. Nunca precisamos da mídia para criar em torno de nós uma falácia mentirosa e nos fazer crer naquilo que não éramos: o Cruzeiro atravessou uma Guerra Mundial e sobreviveu para se tornar o clube do coração do povo de um Estado. E isto machuca, gera ódio e rancor.

Deve doer na alma ter torcida apenas dentro da Avenida do Contorno, entendemos. Mas, por outro lado, temos algo que lhes conforta atleticanos mineiros que estão neste momento chorando de raiva e remorso ao ler este texto até aqui: quem fundou o clube de "vo6", o fundou com este objetivo. Ser o time da Avenida do Contorno. Deve ser por isso que "vo6" são o único clube do Brasil que parece ter vergonha do próprio nome, Atlético Mineiro. Vocês são limitados geograficamente pelo nome, e isto talvez lhes envergonha. Nós, cruzeirenses, não temos vergonha de sermos mineiros. Mudamos de nome por conta da imposição de um governo de ideologia fascista, mas se chamássemos “Cruzeiro Mineiro”, bateríamos no peito orgulhosos. Temos orgulho de Minas Gerais, e não vergonha, pois fizemos o nome de Minas se espalhar pelo mundo mais do que Tiradentes o fez.  Jamais nosso nome nos incomodou. E se o nome de "vo6" lhes incomoda, é porque ele faz doer em "vo6" o limite territorial que "vo6" alcançaram no futebol. Ser eternamente um clube e uma torcidinha local.

O Atlético Mineiro é um clube de origens aristocratas e a maioria dos seus torcedores não gostam que outras torcidas lhes chamem pelo próprio nome. Nunca vi nada parecido na história do futebol.

Cruzeiro, o time do povo.

Geovano Chaves

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