Primeiro Tempo
Os 45 minutos iniciais desse
domingo não mereciam uma derrota como resultado, tão pouco era uma exibição que
merecesse a vitória, o Cruzeiro voltou a apresentar o futebol burocrático que
acompanha o time neste ano de 2015.
Longe de ser a medonha atuação
dos primeiros 32 minutos da quarta-feira, o time celeste pelo menos buscava jogar com Alisson e Marcos Vinícius apesar de não oferecer risco
concreto ao Santos. No primeiro tempo o gol impedido de Vinicius Araújo
e os dois chutes tortos de Marinho foi tudo que o time criou.
O saldo final foi um gol de longe
de Ricardo Oliveira, uma demonstração para Marinho de como se chuta uma bola a
gol. Chutar por chutar como faz o camisa 37 se mostra cada vez mais ineficiente.
A bola de 30 metros era defensável,
é mais um ponto contra Fábio que já havia sofrido gol de longe assim em Joinville. O
assunto da renovação parece abalar o capitão, e tem reflexo na sua atuação.
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Foto: Daniel Teobaldo/FuturaPress |
Situação do treinador
A queda de Luxemburgo parece cada
vez mais inevitável, depois das 3 vitórias consecutivas na chegada, o treinador
acabou provando que este movimento fora apenas provocado
pelo tempo dado a escalação até então utilizada por Marcelo Oliveira.
Na sequência o treinador
conseguiu apenas mais 3 vitórias em 14 rodadas, muito pouco para quem alegava
ter chegado para brigar pelo tri campeonato.
Essas afirmativas baseadas no
imediatismo também queimaram Vanderlei na Toca da Raposa, a mudança de postura
a cada resultado é provavelmente o que mais irrita os torcedores. Se quando
chegou foi para buscar o título, rodadas depois o objetivo era recuperar a
confiança e mudar o conformismo, seguiu para o discurso de um time diferente e
momento de transição, e agora o discurso se volta para sair da “zona da
confusão”.
A paciência chegou ao limite,
Alexandre Kalil uma vez disse que jogador queima técnico, a afirmativa era
referente ao atual treinador celeste. Só se pode presumir que o mesmo vem
acontecendo aqui, ou então os títulos do ano passado foram golpes de sorte (e
pra ser campeão é preciso bem mais do que sorte).
Após o treino de ontem a
especulação era de que o treinador finalmente havia cedido aos pedidos
clementes da torcida, e escalaria Gabriel Xavier, Alisson e Arrascaeta. Quando
saiu a escalação de hoje os lamentos já começaram por não ver isso acontecer.
Cada treinador usa as peças que
tem de acordo com seus preceitos táticos, a utilização do Marinho é justificada
pelo uso do ponta canhoto, driblador, e que usa sua habilidade para trazer a bola
para o centro e finalizar. O jogador que veio do Ceará teve, como Luxemburgo,
um início promissor com um gol na estreia e atuações que deram esperança ao
torcedor, mas mostrou que não é jogador para o Cruzeiro. Assim que os
adversários estudaram seus movimentos, o repertório teve fim, então ele se
mostrou um jogador agressivo, que perde a bola com facilidade e quando tem chance
de criar um ataque interessante desperdiça em chutes errados, um reforço inútil
para a equipe.
Segundo Tempo
Voltando a comentar o jogo, as
alterações no intervalo pareciam baseadas no jogo Elifoot, uma troca inexplicável
retirar o único centroavante escalado, além do meio campo Marcos Vinícius,
para as entradas de Allano e Gabriel Xavier.
A pergunta que deveria ser feita
ao treinador é qual era a intenção com as mudanças? O time passou a atuar
sem referência e mesmo assim continuava a cruzar bolas seguidamente para a
grande área. O resultado era previsto, ataques e mais ataques desperdiçados. Sem o centroavante para guiar as infiltrações provocando tabelas não havia como dar
certo mesmo.
O único lance perigoso no segundo
tempo foi um chute cruzado de Alisson, que no rebote Allano chutou pra fora de
pé direito (antes de queimar o garoto lembre-se que ele é canhoto). A partir
daí, Luxemburgo ainda mexeu pela última vez ao colocar Arrascaeta no lugar de
Henrique, a última pressão não surtiu efeito e o time saiu derrotado mais uma
vez.
Destaques do segundo tempo. E o que será agora?
O primeiro é a expulsão de Fabrício, no meu entendimento, um jogador que
insulta o bom gosto do cruzeirense, a camisa 6 que já foi de Sorín, Nonato,
Vanderlei e Nininho, hoje é maculada pelo lateral que foi expulso do Beira-Rio
e encontrou abrigo aqui. Seu descontrole de épocas de Internacional voltou a
aparecer, provando que é um jogador que neste momento não vai aguentar a pressão
que recaí sobre todo o elenco.
O outro destaque é a torcida, que
dos 30 minutos até o final não parou de cantar. Os 8261 presentes deram um show
que representou todo o sentimento da nação. Uma demonstração para a diretoria
que o apoio virá, basta a boa vontade dos chefes e suas decisões. No mais os
torcedores já entenderam que quem está aí representa esse escudo, e que vai lutar
até o final.
Se a reformulação começar agora e
alcançar toda a diretoria, atingindo Luxemburgo e também o falastrão Isaías
Tinoco, o clube pode se dar ao direito de ser audacioso na busca pelo
substituto.
É bom frisar que se falou há
algumas semanas na hipótese de Paulo Autuori, chamar o treinador do maior vexame
contra o rival no século para comandar a equipe seria coroar o ano catastrófico,
e abusar do risco de cair para a segunda divisão.
Não sei o que pretende a direção,
se fará proposta por alguém empregado, Eduardo Baptista e Leo Condé são favoritos
de muita gente (entre os empregados eu prefiro Fernando Diniz) ou se buscará
treinadores desempregados.
Entre os citados pelos
torcedores, Adilson Batista, nome que sempre vem à pauta, além de Guto Ferreira,
Mano Menezes e Muricy Ramalho. Entre os disponíveis minha sugestão para os chefes
é o nome de Pedro Caixinha, treinador português que passou pelo Santos Laguna
até a última semana, onde foi campeão da Copa MX Apertura em 2014 e da Liga MX
Clausura em 2015.
As cartas estão aí em cima da
mesa, em seu papel a torcida mostrou hoje do que é capaz e precisa apenas da
contrapartida da diretoria, a mudança no comando técnico é o que mais se pede,
aliado a um incentivo nos preços dos ingressos fará com que a força das
arquibancadas finalmente tire o time dessa situação. Agora depende só da
atitude do Gilvan, e aí presida o que vai ser?
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