Por: Felipe Nunes
Olá amigos.
Um dos temas da última semana
voltou a ser a divisão das cotas de televisão para os próximos três anos
(2016/17/18). O contrato absurdo, assinado bem antes do vencimento deste que
ainda vigora, aumentou o abismo entre o Cruzeiro (R$ 60 milhões/ano) para os
líderes de arrecadação (R$ 170 milhões/ano).
Nesta conta não entra a divisão
do pay-per-view, também alvo de
críticas por seu levantamento estatístico ultrapassado, cujo rateio mínimo de
2014 (último divulgado), rendeu ao clube celeste aproximadamente R$ 24,5
milhões. Somado esses valores, a diferença para o líder de arrecadação –
Flamengo – gira em torno de R$ 131 milhões.
O que fazer então para evitar que
este disparate condene o Cruzeiro a brigar por mixarias no próximo triênio?
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| O que fazer para continuar conquistando títulos? (Foto: Gustavo Andrade) |
“Seje” sócio.
Uma das maiores fontes de receita
do Cruzeiro, o programa de Sócio do Futebol representou para o clube aproximadamente
R$ 40 milhões em 2014. Isso significa que entre os quase R$ 220 milhões gerados
em receita no ano, o sócio equivale a quase 1/5 do montante.
Somado à receita com bilheteria e
premiações advindas dos títulos conquistados, a proporção é de 38,44% das
receitas, superior aos 29,72% obtidos da renda de televisão.
Pode-se observar que resta à
torcida equilibrar a balança tendenciosa da transmissora dos jogos e até por
isso, nos últimos dias, a diretoria reclassificou os valores dos planos, que
possivelmente vigorarão para o próximo ano.
Se você ainda não viu os novos
planos:
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| Planos de Sócio do Futebol: Escolha o melhor pra você (Imagem: Divulgação) |
Dentre estes planos, o com maior
representatividade é o Cruzeiro Sempre, com cerca de 70% dos sócios afiliados a
essa modalidade. Significa que, dos 72.795 membros do cartão fidelidade celeste
(contabilizados até o dia 23/11), aproximadamente 51 mil pessoas fazem parte
desta categoria.
A meta da maioria dos clubes
brasileiros é alcançar o índice Benfica. Mas o que é esse tal índice Benfica?
Quer dizer que a pretensão é que a receita gerada pelos sócios torcedores
banque 100% dos gastos da agremiação com futebol, ou seja, alcançar 4% do
número total de torcedores convertidos ao plano de fidelidade.
Isso representaria, para o
Cruzeiro Esporte Clube, aproximadamente 360 mil sócios, ou crescer seu número
atual em cinco vezes. Nos valores em voga, renderia para o futebol a bagatela
de R$ 200 milhões/ano (€$ 50,5 milhões/ano).
É lógico, este é um exercício que
supõe uma associação em massa da torcida, e por mais que o programa do clube
seja considerado por muitos o melhor do país, é improvável que se alcance este
número em pouco tempo.
O próprio Benfica, exemplo por
sua estratégia de marketing agressiva, iniciou a campanha de expansão do
programa em 2004 – com quase 95 mil associados. Só em 2014 (segundo a FIFA)
alcançou os 235 mil sócios, que o validou com o título de “Maior Clube do
Mundo”.
Estratégias Inteligentes
A criação do novo plano “Time do
Povo” é a tentativa de alcançar um nicho de mercado relutante em participar
anteriormente. Para torcedores do interior (e outros estados do Brasil), havia
dificuldades em pagar R$ 30/mês, sem saber se (ou quando) iria assistir o time
no Mineirão.
Agora, com valores menores, cabe
ao departamento de marketing fomentar parcerias que garantam ao associado
benefícios de contribuir mensalmente com o clube, ainda que não esteja presente
aos jogos. Os planos de desconto da AmBev, SKY e outros parceiros do “Movimento
por um Futebol Melhor”, precisam estar acessíveis aos membros do programa do
interior.
Há alguns anos falou-se em uma
categoria de “Super Sócios”, torcedores mais “abastados” e com disponibilidade
de investir no clube. Não se tem noticias se o projeto andou, se foi colocado
em segundo plano, ou ainda descartado. Mas é uma cota interessante, mesmo que denote
certa exclusividade.
Por fim, sobre as categorias que miram
o torcedor estrangeiro ou vivendo no exterior, é preciso que sejam criadas
vantagens mais interessantes para estes associados, que muito dificilmente conseguirão
assistir a um jogo ou treinamento da equipe no Brasil. Valores em euros também
seriam interessantes.
Atitudes Inteligentes
Não basta só ter um quadro de
associados gigantesco, se nos momentos mais importantes a torcida não
comparecer. Por isso, é importante parabenizar aos diretores, que perceberam
que a presença dos adeptos era fundamental para a recuperação da equipe.
E não é só bom futebol que atrai
o público. Já falei em colunas anteriores que todos gostam de ganhar, mas a
torcida do Cruzeiro demonstrou que vai assistir aos jogos porque ama o clube.
Porque quer assistir. E também, é claro, porque é barato. Após os novos preços,
a média de público do time praticamente dobrou e, consequentemente, a renda nas
bilheterias, por mais que o preço dos ingressos fosse menor, também aumentou.
Em algum momento, numa possível
(e provável) retomada gloriosa, certos jogos terão aumento no valor dos
tickets. É a lei do mercado, da oferta e procura, que determinará em quais
jogos acontecerão isso.
Porém, é pedido da nação
estrelada que a diretoria se esforce e mantenha estes valores para a média dos
jogos da próxima temporada, até mesmo
que realize promoções interessantes aos sócios cativos, como entrada gratuita
para crianças até 12 anos e idosos (naquele jogo contra o lanterninha do
rural).
Nós queremos você!
Por fim, não basta somente a ação
da diretoria, caso os torcedores cruzem os braços. Com os novos planos de
adesão é fundamental aos membros da China Azul abraçar a meta da
autossuficiência.
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| Precisamos do SEU apoio. (Imagem: Divulgação) |
Quem sabe assim podemos bater de
frente com os líderes de arrecadação sem comprometer as contas, e provar de uma
vez por todas que a liga brasileira não é composta apenas por paulistas e
cariocas.
Vamos lá Nação, agora depende de
cada um fazer sua parte.




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