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Rivais sim, inimigos não!

A semana dos clássicos estaduais é sempre uma das mais aguardadas do futebol. Isso porque não importa a posição dos times na tabela, eles podem estar em extremos opostos que ainda assim, é promessa de um jogo que vai fazer o coração acelerar. A qualidade técnica dos times também não é fator relevante. O jogador pode ser daqueles péssimos que só sabe isolar a bola, quando ele pisa no gramado de um clássico, é quase instantâneo a sua transformação. Talvez seja o canto entoado pela torcida, talvez seja a paixão da torcida que cause euforia no time, talvez ver um estádio lotado com as cores do time faça com que algo mude na cabeça dos jogadores. Não sei, o fato é que quando o assunto é clássico, eles jogam com a alma.



Ultimamente, os clássicos não estão sendo lembrados e noticiados por sua harmonia e encanto. No dia seguinte a um jogo, são notícias sobre a violência entre torcidas que vemos estampadas nas capas dos jornais. O que antes era um ambiente familiar, virou palco da selvageria entre humanos.

Antes do clássico entre Cruzeiro e Atlético, três torcedores ficaram feridos após uma briga entre as torcidas. Simples assim, como se preferências e opiniões divergentes justificassem tamanha crueldade. Criou-se um complexo de que quando se é rival, tem-se poder de decisão sobre a vida do outro. Esse sentimento de superioridade precisa acabar! Perdeu-se o respeito pelas opções do próximo, os limites que demarcam o espaço de cada um parecem ter sumido no meio de tanto fanatismo.

Futebol é para ser entretenimento e não um ceifador de vidas. O esporte passou a ser relacionado a uma guerra de tribos e não pela união de todos os povos. Porque sim, apesar de ser um esporte em que cada um torce para um time, o futebol veio para unir e não segregar as pessoas.

O estádio de futebol deveria ser um lugar que todos pudessem frequentar sem medo. Não só o estádio, mas qualquer espaço, público ou privado, ninguém deveria se sentir coagido porque torce para time X ou time Y. A rivalidade é dentro das quatro linhas e sempre prezando pelo fair play. Fora delas, apenas brincadeiras sadias entre os torcedores. Nada de ofensa, nada de agressão.

E a responsabilidade de um ambiente harmonioso não é apenas do torcedor, é de todos. Os dirigentes dos clubes e a mídia precisam ter muito cuidado com a forma com que estão falando.

        Esse desejo de paz entre as torcidas não deve se tornar algo utópico. É deprimente pensar que nós, que estamos em constante processo de evolução, deixamos algo tão singelo como a educação e o respeito nos moldes mais antiquados possíveis. Eu acredito que cruzeirenses e atleticanos, são paulinos e corintianos, flamenguistas e vascaínos, colorados e gremistas sejam capazes de dividir o mesmo ambiente sem que escorra ódio de seus olhos. Que o emblema que carregamos na camisa e ostentamos com tanto orgulho seja o de respeito pelo próximo.


POR CAROLINA CARLI
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