Alô China
Azul.
Em tempos
de final de campeonato, é muito tentador iniciar aqueles debates de praxe sobre
quem sai, fica, e ainda por cima dar muitos palpites que alimentam todas
aquelas especulações sobre quem serão os possíveis contratados.
Resolvi
deixar pra incendiar o lado palpiteiro quando realmente o certame estiver
finalizado para nós. É muito injusto tanto para os jogadores quanto para a comissão
técnica receberem críticas nessa hora decisiva, quando vale mais o apoio e a
fé.
É certo que
escapamos daquilo que não deve ser invocado pros lados de cá da Lagoa. Mas só
de observar pelo retrovisor as ameaçadoras garras do Fantasma, ficou a lição
que a prepotência não pode de forma alguma ser fomentada, algo que serve para o
presidente, que demorou a enxergar os erros, e para nós torcedores que
demoramos a abraçar este elenco.
O resultado final é tangível no time, que pode
presentear os adeptos com bem mais do que dele se esperava, alcançando uma vaga
improvável, mas ainda assim possível no torneio continental.
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| Willian cresceu de produção junto com o time. (Foto: Washington Alves/Lightpress/Cruzeiro) |
Guardando minhas
principais observações para o final do torneio, posso me permitir alguns
comentários rápidos sobre as noticias que correram pelas redes sociais nos
últimos dias envolvendo o time estrelado.
Malouda.
Alguns
jornalistas tem a mania de chamar certos torcedores de “Geração Playstation”.
Essa denominação, de certa forma pejorativa, vem da mania desses torcedores
engrandecerem tudo que já viram no console, seja por meio de FIFA ou de PES.
Certo é que, para uma ala da torcida, o nome de Florent Malouda despertou interesse.
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| "Colé!? Quero sugar o dinheiro do seu time" (Imagem: Divulgação/Chelsea) |
São várias
as razões para justificar a não contratação deste jogador. Atendo-se a poucos
argumentos, o primeiro diz respeito aos seus números. Em 2015, o francês
disputou 15 partidas pelo Metz, marcando um gol e dando três assistências. Pelo
time indiano do Delhi Dynamos foram três as partidas e apenas uma assistência.
Isso
levando em consideração que o jogador conta com 35 anos de idade, e têm um
salário de 300 mil reais por mês (mais bonificações), com um histórico de lesões
recentes.
De fato, eu
não precisaria falar dele, já que hoje a diretoria – conscientemente –
descartou sua contratação, exatamente por não se encaixar no perfil proposto
pela nova direção.
Mas, por
outro lado, é bom levantar esse tema apenas para dar a ele e importância
devida. Existe uma máxima de que o clube precisa, a todo custo, contratar um
jogador de renome internacional, e essa obsessão estranha já fez surgir
especulações fantásticas, como as envolvendo David Beckham.
É claro que
projetos bem sucedidos tendem a dar retorno de mídia, e consequentemente financeiros.
Foi assim com Corinthians/Ronaldo, Botafogo/Seedorf e com o Mineiro/Ronaldinho.
Além disso,
tal pratica encontra-se em voga, haja vista que parte destes jogadores de
renome perderam espaço no mercado europeu, e essas contratações impressionam os
jogadores de Football Manager.
Em outros
mercados, como a MLS e a Liga MX, jogadores deste tipo aportaram recentemente –
Giovanni do Santos no Galaxy e Gignac no Tigres. A diferença é que estes
jogadores estão dando retorno técnico aos seus clubes.
Opções para
este tipo de negócio não faltam, é
crucial saber que não é necessário um ex-atleta em atividade para abrir novos
mercados. Nos idos dos anos 2000, o Boca Juniors contratou Naohiro Takahara,
então uma promessa do futebol japonês, e mesmo este não realizando uma passagem
marcante pela Bombonera, até hoje o
time xeneize conta com torcedores
nipônicos.
Outro
exemplo, em escala completamente diferente, é o fato de que uma das camisas do
Real Madrid mais vendidas na temporada passada foi a de Chicharito Hernández. Não pelo destaque em campo, mas por sua
origem mexicana, o que arrebatou milhões de fãs daquele país para os merengues.
Lógico, não
me refiro a contratar um Zhi Zhao da vida e esperar que um bilhão de chineses
se tornem cruzeirenses, e sim reafirmar que é possível aliar o marketing com
retorno técnico. Afinal de contas, o nome do Cruzeiro foi muito bem lembrado no
ano de 2014 na Bolívia, exatamente pelo destaque de Marcelo Moreno.
Leandro Damião.
Por mais
que eu queira evitar dar palpites sobre quem deva ou não ficar para o próximo
ano, é preciso frisar a possibilidade de continuar com Leandro Damião no
elenco.
Mesmo muito
criticado, principalmente por ficar quatro meses sem marcar, o centroavante tem
ganhado confiança com o atual treinador.
Seu
contrato com o Cruzeiro é de empréstimo até o fim do ano, com o time celeste
pagando parte de seus vencimentos. Mas sua permanência está diretamente
relacionada ao litígio com o Santos – time dono de seus direitos.
Caso esteja
livre do vínculo com o time paulista, eu gostaria sim que Damião permanecesse
no time azul.
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| "Há! Agora ele quer que eu fique" (Imagem: Divulgação/Cruzeiro) |
Explico.
O atacante
é um dos atletas com maior valor de mercado do escrete cinco estrelas, e mesmo
não sendo titular é uma peça importante, que implica em variações táticas
interessantes – como visto no gol da vitória contra o São Paulo no último
domingo.
Assim, é
possível que ele consiga se valorizar, brigando para jogar em certas partidas,
e de quebra ainda possa render algum
dinheiro. Sem falar que aqui, finalmente, Damião pareceu ter encontrado seu
espaço, pelo menos no início do ano. Resta agora reconquistar a torcida, como
já fez El
Bigodón, de forma
a obter tranquilidade para evoluir seu futebol.
Por fim,
estes últimos quatro jogos serão bons para avaliar muitos nomes que aqui estão
assim como mapear eventuais falhas na cobertura do elenco, de forma a traçar as
metas e planos para o ano que vem.
P.S.: Como marianense de coração, doeu na alma o acontecimento da última semana. Foi lindo ver o Cruzeiro fazer campanha pelos desabrigados, e mais ainda a solidariedade de todos os mineiros.
#ForçaBento #ForçaMariana.
Por Felipe Nunes




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