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O Azul do Cruzeiro


Futebol é um trem muito louco.

Você passa raiva, chora, grita, comemora, ri, tudo isso em questão de 90 minutos. Xinga os jogadores preguiçosos, a diretoria que, por vezes, parece amadora, pede a cabeça do treinador, reclama do campo, do tempo, do vento. Mas não desgarra do time. Se for para o fundo do poço, você vai de braços dados. Pode até esbravejar e falar que nunca mais vai acompanhar nada, mas você volta e acompanha. E torce, passa por esse turbilhão de sentimentos tudo de novo.

Você é a força quando faltam pernas ao time. O seu grito é o combustível para que os jogadores lutem até o fim por cada jogada.

Futebol é a alegria daquele gol do Nilton contra o Botafogo, no Brasileirão de 2013, terceira rodada do segundo turno. Foi ali, exatamente ali, que percebi que seríamos campeões. Lembro que chorei no gol e não entendia o porquê de estar chorando. Mais tarde eu saberia. Eu já sabia!

Futebol também é a tristeza daquele 15 de julho de 2009. Estávamos tão perto. Fizemos o gol. O Mineirão estava maravilhoso. E de repente, veio o empate e a virada. Nenhum cruzeirense era capaz de acreditar naquele resultado. Fim de jogo, o coração latejava. Como aquela noite doeu na nossa alma. Estávamos em êxtase e de repente veio o soco na boca do estômago, aquele que te deixa sem reação. Era a primeira vez que eu sofria com o Cruzeiro e naquela noite eu percebi como eu amava esse time. Sabia que teria muitas alegrias, mas também muitas tristezas.

Futebol é aquele pênalti defendido nos últimos segundos. É aquela cobrança que chega nos alternados, com você obviamente já sem estrutura emocional para torcer e sem voz para gritar. Você chuta a bola mentalmente e imagina o goleiro pulando para o lado errado. Ajoelhado no chão, totalmente exausto, você descobre forças no torcedor ao lado. “Essa vai entrar!” Sabe-se lá como, encontra um restinho de voz e volta a gritar. Tem esperança de que não precisará encarar mais uma rodada de pênaltis. O jogador parte para a bola. Você leva as mãos à cabeça, fecha os olhos... E é gol! O estádio entra em êxtase e você nem sabe mais onde está.

Futebol é um misto de emoções. Na mesma hora que você está comemorando, uma jogada muda o panorama da partida. Seus dedos se agarram na camiseta do seu time, você puxa a gola para frente, e exatamente como um gesto simbólico, você joga sua alma no campo e espera que a equipe sinta sua força. 

Futebol é amor. Foi em 2003, com 7 anos de idade que eu entrei nessa insanidade deliciosa que é amar o Cruzeiro. Quadragésima quarta rodada, o juiz apitou o fim do jogo no Mineirão. Os gritos se intensificaram. Saí de casa para ver o pessoal comemorando. Que clima! Voltei meu olhar para cima. Os foguetes embaçavam o céu azul. O Azul do Cruzeiro. 

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