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Horizonte Azul e Branco: Indecisão para o futuro



Ao final da partida de domingo, após a vitória contra o Joinville no Mineirão, pensei em abordar na coluna desta semana uma comparação. Entre este elenco – desacreditado, que se reabilitou e acabou às margens de uma classificação que poderia salvar o ano – e aquele da temporada de 2002, que teve um roteiro quase semelhante (com a percepção, deveras irônica, que à época Vanderlei Luxemburgo veio arrumar a casa, não destruí-la).

Comecei o meu ócio criativo no fim do domingo, e aos poucos começaram a pipocar centenas de especulações na internet. A mais relevante, sem dúvida, comentava sobre a saída de Mano Menezes do comando técnico do Cruzeiro, para assumir o Shandong Luneng da China.

Mano está de saída da Toca. (Imagem: José Patricio/AE)
Estranhei o fato, primeiramente pelo discurso disseminado pelo treinador em sua chegada – projeto de dois anos, aplicação de futebol moderno, etc.

O segundo ponto que chamava a atenção eram as pessoas que compartilhavam a notícia,  trazendo credibilidade à informação.

Desta forma, adiei minhas observações sobre o que eu pensava ser o final de ano perfeito, e passei a esperar a definição de uma situação que ameaça (muito) o ano de 2016 do Cruzeiro.

Mano Menezes
Logo ao chegar, o treinador falou sobre os planos que tinha para a equipe celeste. Formulou o grupo de trabalho ideal, implantou (com o apoio de Deivid e Sidnei Lobo, seus auxiliares) o melhor esquema tático para o time e, por fim, avaliou a qualidade técnica do elenco que tinha a disposição.

Chegando ao fim do terceiro mês de trabalho, vemos um time que promete render muito na próxima temporada. Se a diretoria conseguir viabilizar três nomes que ocupem os pontos críticos do time titular – lateral esquerda, um meio campo com boa saída de bola pela direita e um atacante – têm-se tudo o que é necessário para brigar pelos objetivos na próxima temporada.

Mas com qual comando técnico?

Toda essa situação envolvendo o ainda treinador do clube deixa margem para um erro que pode se mostrar muito grande. Imagine montar um time baseado nas observações de um profissional que já não o controla mais; é possível que o comandante que assuma não enxergue o jogo como o atual e, desta forma, mude o esquema, a escalação, e até mesmo não utilize os jogadores recém-contratados.

Pense num carro de Fórmula 1: uma equipe pode gastar fortuna em desenvolvimento de tecnologias, de forma a ter o melhor bólido. Entretanto, o projeto também leva em consideração as características do piloto. Logo, uma mudança em meio ao processo de desenvolvimento tende retroceder o processo de volta à estaca zero.

É por isso, e principalmente por esse motivo, que o Cruzeiro não pode abrir mão da multa rescisória estipulada em contrato.  Esta multa representa o ressarcimento justo e necessário, que seria muito bem empregada em negociações com um futuro novo comandante e até mesmo em importantes aquisições para o plantel.

Quem será o próximo?
Contratar um novo treinador virou rotina nas conversas entre cruzeirenses durante a semana.

Alguns dos nomes citados são bem interessantes. Fernando Jubero, treinador do Guarani do Paraguai, que assim como o atual treinador celeste tem curso na UEFA, e se destacou por levar a modesta equipe paraguaia até as semifinais da Copa Libertadores deste ano surge como boa opção num mercado caro e restrito.
Fernando Jubero pode ganhar a chance da carreira. (Juan Mabromata/AFP)
A inclinação em buscar treinadores estrangeiros ganhou ainda mais força essa semana, quando o rival acertou a vinda de Diego Aguirre, e o São Paulo parece bem próximo de contratar Gustavo Matosas.
Ainda que os treinadores nacionais estejam pouco prestigiados por aqui, dois nomes foram levantados – ambos não precisariam sequer mudar de cidade – Deivid e Levir Culpi.

O primeiro, auxiliar técnico da comissão permanente do clube, ganha força por trabalhar com o elenco desde a chegada de Luxemburgo. Foi ele quem fez as alterações táticas no jogo contra a Ponte Preta, em Campinas, que foram incorporadas por Mano no decorrer do trabalho.

Confesso que esperava a oportunidade do ex-atacante celeste apenas para 2018, quando o contrato com o atual comandante iria expirar, o que proporcionaria ao auxiliar ter tempo de preparo suficiente para a função.

O outro nome levantado faria sentido por motivo muito semelhante. Levir conhece quase tão bem o elenco do Cruzeiro quanto os membros da comissão técnica atual. O ex-treinador da equipe rival esteve em Belo Horizonte nos últimos 18 meses, e acompanhou de perto a montagem e o desenvolvimento dos atletas que aqui estão, inclusive estudando-os, muito em decorrência da malfadada disputa das finais da Copa do Brasil/2014 e do Rural/2015.

De toda forma, ambos os nomes oscilam no limiar entre o apoio e a crítica.

Reformulação e dispensas
Não poderia deixar de citar aqui as dispensas da semana. Dos quatro atletas cujos contratos não serão renovados, apenas o lateral direito Ceará provocou certo questionamento acerca da decisão tomada pela diretoria.

Esperava que a direção lhe desse amparo para encerrar a carreira no clube, fazendo dele uma bandeira e um ídolo, através do prestígio que conquistou perante boa parte da Nação. Dos seus 133 jogos atuando sob o manto celeste, ficou a impressão de respeito ao clube, de um profissional que se dedicou ao máximo.
Adeus de um ídolo (Imagem: Divulgação)
Ainda que tenha escrito sobre Leandro Damião há pouco tempo, as incertezas provocadas pelas disputas judiciais com o Santos, além do alto salário recebido pelo avante, que nunca justificou tal remuneração, demonstra que a decisão quanto a ele foi acertada.

Numa visão geral, tem-se a sensação que a entrada do clube no Profut provocará mudanças estruturais. Pelas informações propagadas através da imprensa, o clube irá economizar cerca de R$ 1,5 milhão em gastos com os salários destes atletas.

Há, por fim, as especulações de praxe sobre os nomes que não comporão o elenco celeste em 2016. Quanto a eles, prefiro esperar uma posição oficial do clube para dar o meu parecer.

Vale ressaltar que, também conforme informações prestadas pelo Scuro, o Cruzeiro conta atualmente, entre atletas que compõem o elenco principal,  que estão emprestados e integrantes das categorias de base, com setenta e oito (isso mesmo: setenta e oito!) contratos em vigor, e uma enxugada nessa folha com certeza é necessária para cumprir a meta estabelecida pela adesão ao Profut.

Abraços Nação, na próxima semana haverá um especial do blog sobre o ano cruzeirense, e por isso voltarei a escrever apenas daqui a quinze dias. Até lá!

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