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Momentos Celestes - Cruzeiro X São Paulo

Momentos Celestes, a nova série de fim do ano do CECportal, mostra quais foram os momentos marcantes, difíceis, alegres, engraçados e de superação no ano de 2015. Serão 5 textos durante a semana, não perca.

MOMENTOS CELESTES - Superação





E não havia outras pessoas, se não os cruzeirenses, que acreditavam na virada sobre o São Paulo, nas oitavas de final da Copa Libertadores 2015. O time azul estrelado não jogou bem o primeiro jogo, tomou um baile do tricolor paulista e viu a chance de permanecer no torneio continental começar a desaparecer.

Os recentes fracassos do time celeste retumbavam na memória dos torcedores cruzeirenses. Já havíamos perdido o título da Copa do Brasil para o rival em 2014 e não tinha completado um mês da eliminação por esse mesmo rival, do Campeonato Mineiro. E falando de Libertadores, a fatídica noite do dia 15 de julho de 2009, teima em adentrar nossas mentes. Tudo parecia perfeito, o time jogava bem, tinha feito um gol, a torcida dava um show nas arquibancadas... e veio a virada, em menos de vinte minutos. Nem o torcedor mais pessimista pensaria em tal cenário. Como acreditar em um Cruzeiro em desvantagem, acreditar que ele seria capaz de virar sobre o São Paulo, se em 2009, o Cruzeiro em vantagem foi incapaz de segurar o Estudiantes dentro dos seus domínios?

Talvez seja essa a beleza do futebol, acreditamos na desesperança, acreditamos na emoção, acreditamos que o coração pode fazer resultado. Não existem números, estatísticas, razão. Existe apenas o torcedor e a paixão que estoura da alma e vai para as quatro linhas, junto com os jogadores, tentar fazer resultado.  E assim como aconteceu em 2000, na Copa do Brasil, com o cenário totalmente reverso para o Cruzeiro, quando Marcelinho Paraíba abriu o placar aos 21 minutos do segundo tempo para o São Paulo, em 2015 a história se repetia contra o mesmo São Paulo. De novo, a multidão azul moveu o time utilizando-se da sua maior arma: o amor e fé que ecoava nas vozes dos mais de 30 mil torcedores que estavam no Gigante da Pampulha.

Eu estava tendo aula no horário do jogo e tive que acompanhar os 90 minutos do tempo normal pelo celular. Sofria a cada “QUASE” narrado pelos cruzeirenses nas mídias sociais. Da sala de aula, conseguia ouvir os outros torcedores gritando, aflitos com cada jogada. Dava para sentir a atmosfera azul tomando conta de tudo. Cada torcedor, de cada cantinho do mundo, do seu jeito, fazia o seu melhor para “estar” presente no Mineirão.




Soltei um grito tímido quando o Cruzeiro fez o gol. O primeiro passo estava dado, só faltava virar o jogo para não precisar passar pelos pênaltis. De novo, foi no “QUASE”. A bola teimava em não entrar. Quando o juiz apitou, o coração veio na boca. O corpo estremeceu, a boca secou e as mãos se juntaram em forma de prece. Para o torcedor, não existe coisa mais dolorosa e bela (sim, porque as penalidades têm uma beleza destorcida) do que pênaltis.

Pior, imagine acompanhar os pênaltis pelas redes sociais e pelo grito dos torcedores da rua. Eu lia quem era o batedor e só podia formular as imagens na minha cabeça e, sendo uma pessoa otimista e pensando no melhor, imaginava que os cruzeirenses converteriam todas as penalidades. O primeiro tombo veio logo. Damião perdeu a primeira cobrança, e o Cruzeiro voltava a ficar atrás do placar. E de novo, o futebol foi futebol e fez o que faz de melhor: surpreendeu. Na quinta série de cobranças, o São Paulo havia perdido duas, e o Cruzeiro apenas uma. Era só fazer, era só mandar a bomba para o gol e correr para o abraço. E lá foi Manoel, bater o pênalti do gol. Fez firula, bateu fraco, rasteiro e Rogério Ceni buscou no canto a bola que faria oito milhões de cruzeirenses entrar em êxtase pelo mundo.O silêncio tomou conta. Próxima cobrança, lá foi Lucão, do São Paulo, tentar estufar as redes do Fábio. E reafirmando o título de melhor jogador do Cruzeiro nas duas partidas, o goleiro cruzeirense defendeu. Novamente, estávamos com a vantagem. Gabriel Xavier se dirigiu a marca do cal e, com confiança e extrema frieza, balançou as redes são paulinas. Era o fim momentâneo da labuta cruzeirense.  E assim como a constelação Cruzeiro do Sul brilhava no céu, as cinco estrelas soltas no peito Cruzeirense ofuscavam qualquer um que desacreditasse na revanche do time celeste.




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