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Horizonte Azul e Branco - Deivid e o ano novo celeste.




Feliz ano novo Nação Azul.

Depois de um intervalo de final de ano, útil para recuperar as energias ao invés de gastá-la debatendo a monstruosa enxurrada de especulações – algumas deveras absurdas – a coluna Horizonte Azul está de volta para comentar o planejamento celeste.

Enfim a bola rolou pros lados da Toca da Raposa, trazendo junto as contratações, as dispensas e as expectativas para 2016. A maior delas, sem dúvida, diz respeito à presença de Deivid na casamata.
Deivid inicia trabalhos na Toca. (Foto: Divulgação)

O voto de confiança.
Depois de um ano pífio, patético (parafraseando o célebre Mauro Cezar Pereira), o time finalmente havia encontrado uma cara, e reconciliado o clima entre torcedores, elenco e diretoria, o que propiciou vários jogos seguidos no Mineirão com casa cheia e apoio durante todo o tempo.

Veio então o furacão chinês e arrastou o treinador com ele, deixando como rastro nuvens de dúvidas sobre o projeto do clube até o final do mandato de Gilvan Tavares.

Todas as opções do mercado, economicamente viáveis, eram consideradas apostas arriscadas. Entre treinadores estrangeiros e emergentes no cenário nacional, Thiago Scuro, Bruno Vicintin e o presidente ouviram os pedidos do próprio elenco e resolveram efetivar o então auxiliar técnico.

Carioca, 36 anos e com passagem vitoriosa pelo clube em 2003, Deivid inicia sua carreira como treinador com o auxílio de Pedrinho – ex jogador de Vasco e Palmeiras – Alexandre Lopes – preparador físico com passagem pelas seleções de base – e Geraldo Delamore – Campeão Mundial de Clubes de 2012 como auxiliar técnico aliados ao analista de desempenho Rafael Vieira, contratado no final de 2015.
Da esquerda pra direita: Alexandre Lopes, Geraldo Delamore, Rafael Vieira, Deivid e Pedrinho. Reunião de planejamento enquanto faziam curso de treinadores da CBF (Foto: Divulgação/Instagram)
Esse é o primeiro diferencial.

A diretoria do Cruzeiro montou uma comissão técnica instruída a deliberar em conjunto, uma equipe pra tomar decisões importantes, que aliará indicadores físicos aos dados técnicos e táticos colhidos pela análise de desempenho.

Desta maneira, o trabalho realizado tende a ser complexo e eficiente, detalhando a evolução dos comandados e definindo as posições de jogo por uma série de fatores que vão além da mera decisão singular do treinador.

As influências.
Outro ponto interessante diz respeito às influências do novo diretor técnico. A maior delas, admitida pelo próprio, é Luxemburgo.

Tente esquecer o treinador preguiçoso, arrogante e sem um pingo de capacidade de gestão de grupo que passou por aqui no ano passado. O que inspira o atual treinador cruzeirense é o sempre elogiado sentido tático do ex-comandante.

Pensar em Luxa treinando o time celeste ainda me provoca uma incômoda dor no estômago, mas é preciso reconhecer que ele venceu cinco campeonatos brasileiros, e que seus times, à época, eram verdadeiras máquinas de jogar futebol.

Se lembrarmos do time do Cruzeiro de 2003 podemos visualizar uma bela inspiração para o atual treinador, afinal de contas ele estava lá e viu o funcionamento das engrenagens de dentro do campo, por isso cabe a ele passar o aprendizado ao atual elenco.

Além de Luxa, Deivid alega que acumulou conhecimento de suas experiências no exterior, e dentre as que podem ser mencionadas estão Paulo Bento, que o treinou no Sporting Clube, e Luis Aragonés, que o comandou junto a Alex no Fenerbahçe.
Luis Aragonés, conseguiu a proeza de fazer a Espanha jogar bola como um time unido. (Foto: Cordon Press)
Treinador de Portugal na última Copa do Mundo (o que não é lá uma boa carta de apresentação), Bento adveio das equipes de base do Sporting e apenas um ano depois de se aposentar foi convidado a assumir a equipe principal do clube de Lisboa, onde venceu duas Taças de Portugal.

A segunda das inspirações europeias é o lendário Luis Aragonés. O homem que iniciou o trabalho histórico da seleção espanhola, ganhando a Eurocopa de 2008.

As ideias de jogo dessas duas figuras europeias compactuam com as táticas de Luxemburgo do final da década de 90 e início dos anos 2000, 4-4-2 em losango variando entre 4-3-3, 4-4-1-1, 4-1-4-1, desenhos táticos admirados pelo novo treinador celeste.
Desenho tático da Espanha de Aragonés, na Eurocopa 2008. (Imagem: zonalmarking.net)
As informações da semana já indicam a utilização de uma composição semelhante às elencadas acima. Contando com as peças que o clube foi buscar, Deivid tem então capacidade de moldar o time à sua vontade.

Elenco.
Em um trabalho profissional a diretoria celeste enxugou a folha salarial e buscou reforços pontuais.

Seguindo uma fórmula que se repete ad eternum, o clube buscou no perfil dos contratados duas promessas do futebol brasileiro (Nazário e Coutinho), dois argentinos (Miño e Pisano) e um jogador de certo potencial, mas que estava em baixa (Rafael Silva).
Pisano ao lado de Bruno Vicintin na apresentação. (Foto: Washigton Alves/Lightpress)
Há ainda a tentativa por um meio-campista, com insistência no colombiano Cuellar, que apareceu muito bem no Junior Barranquilla.

É certo que o clube manteve praticamente todos os titulares dos últimos jogos do ano, com exceção do lateral direito Ceará. A tendência então é que o time apenas afine a sintonia com a chegada dos reforços, e que a briga constante por posições na equipe que vai a campo motive os atletas a manterem um bom nível de apresentação.

Contando com esses elementos, acredito que o Cruzeiro possa sim vir forte para o ano de 2016. Reservando paciência para lidar com problemas que vez ou outra possam surgir, o que é natural em qualquer montagem de elenco, e escolhendo muito bem as competições a priorizar (faço lobby constante pela disputa da Copa Sul-Americana) podemos terminar o ano sorrindo bem mais do que no ano que passou.
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