O combustível do Trem Azul

                                                      Foto: Alexandre Guzanshe/ EM da Press

Vou começar esse texto com algumas perguntas. Como a torcida do Cruzeiro está lotando os estádios mesmo não "brigando" por mais nada no campeonato? Como a torcida consegue transformar gritos e  aplausos vindos das arquibancadas celestes em um combustível para o time buscar mais uma vitória ?

Já e clichê vermos textos e mais textos, dos melhores colunistas tentando explicar esse fenômeno nada natural que vem acontecendo nas arquibancadas estreladas. Nenhum time do campeonato tem agora, uma identificação tão grande e forte que nem o Cruzeiro vem tendo com a sua torcida. Não há palavras para descrever o amor imenso que sentimos por esse clube. Até por que amor pelo Cruzeiro não se explica, se sente. Se sente na pele, na hora dos arrepios. Se sente no batuque do coração na hora que a bola entra no gol. Se sente na rouquidão após sair do estádio. Apenas se sente!

Em 1921, os italianos que vieram construir a nova capital mineira, ergueram também, por mais que não fosse a intenção, uma grande instituição, o Cruzeiro Esporte Clube, dono de uma das maiores torcidas do Brasil e do Mundo. Dono de uma sala de troféus gigante. Dono de uma torcida fanática. 

O time mineiro cresceu junto da cidade e hoje é reconhecido no mundo todo. O maior público do Mineirão, é do Time do Povo - foram 132.834 presentes, no jogo contra o Vila Nova em 1997. O maior público de uma final de Libertadores é do Cruzeiro. Devemos nos orgulhar da torcida que temos.

Na temporada de 2013 e 2014, o Cruzeiro encantou o Brasil com um belo futebol e as arquibancadas lotadas soando um imenso e barulhento "NÓS SOMOS LOOOUCOS, SOMOS CRUZEIRO". Nesses anos, a média de público do Cruzeiro era superior a de todos os adversários, e consequentemente vieram dois títulos do Campeonato Brasileiro e um Mineiro.

Mas nem sempre foi assim. No começo do ano, nos deparamos com um time apático e um técnico acomodado. A eliminação dentro de casa para o River Plate e a decadência do time no Brasileirão acabaram forçando a demissão do técnico Marcelo Oliveira. Após sua demissão, veio o cara que ganhou a única Tríplice Coroa do Brasil pelo Cruzeiro, o pofexô Luxa, que de cara já ganhou um clássico no Horto, animando torcida e jogadores, mas foi só. 

Com ele, vimos de perto o fantasma da série B, vimos um time sem vontade de jogar, um time mal treinado, uma torcida que mesmo que estivesse para cobrar estava presente. A maioria queria uma reformulação no time e na diretoria. Eis que chegou o jogo contra o Santos, com derrota dentro de campo, mas ao mesmo tempo, uma vitória nas arquibancadas. Esse foi o jogo escolhido pela torcida para ser o jogo da recuperação, o jogo da mudança. Não se escutava vaias, só se escutava gritos de apoio. Foram 45 minutos gritando "ZEEEEEEIRO, ZEEEEEEIRO". Apos o término da partida, veio a novidade. A diretoria acordou e havia mandando embora Luxemburgo e Tinoco, subindo da base o nosso eterno Bruno Vicintin e o colocando como vice-presidente de futebol, e contratando Mano Menezes.

De cara, no jogo de estreia do novo técnico, o time mostra bom rendimento e vence com casa cheia. Já são DEZ jogos de invencibilidade, sendo CINCO vitórias e CINCO empates. O nosso técnico em 12 jogos perdeu apenas UMA partida, o que é inacreditável. Com a reformulação e o time bem dentro de campo, as arquibancadas estão cada vez mais cheias. O Cruzeiro possui neste campeonato a QUINTA melhor média de público, com o time não brigando por nada.

A torcida está comparecendo em peso e o time está fazendo seu trabalho dentro de campo. Agora, torcida, time e diretoria estão em sintonia novamente. Em sintonia capaz até de buscar uma possível vaga na Libertadores 2016.

Essa torcida move o time, essa torcida é GIGANTE, essa é a torcida do Cruzeiro.

"Torcida de verdade, não é aquela que ajuda seu time a subir, mas sim aquela que não deixa o seu time cair." - PC ALMEIDA 

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